Conheça a história de grandes mulheres na construção civil e descubra a força da presença feminina no setor.

Não existe forma melhor de celebrar o Dia Internacional da Mulher reconhecendo o poder e trabalho duro de mulheres que fazem parte do crescimento e história da construção civil.

O setor de engenharia sempre foi marcado pela presença masculina e, por muito tempo, considerou mulheres como sexo frágil e incapaz de desempenhar as atividades que o setor exige.

A construção e o canteiro de obras sempre foram considerados como zona de força bruta, ideia que foi modificada com o passar dos anos.

Com ofertas de salários melhores, espaço para crescimento profissional e maior liberdade de atuação, a inserção e destaque cada vez maior de mulheres na construção civil é uma tendência que se renova a cada ano.

Os grandes avanços da presença feminina na construção são resultado de anos de batalha de grandes mulheres por mais espaço. Algumas conquistas não podem nunca ser ignoradas e, por isso, trazemos um pouco sobre 7 mulheres que não podem ser jamais esquecidas.

1. Emily Warren Roebling

A construção da Ponte do Brooklyn, em Nova York, deve muito a essa mulher. Washington Roebling foi o engenheiro-chefe do projeto, mas acabou adoecendo e não podia dar continuidade aos trabalhos.

Emily, que era sua esposa, assumiu a supervisão, lidando com os operários, políticos e engenheiros envolvidos na obra. Seu papel foi muito mais do que de porta-voz, usando seus conhecimentos e estudos em engenharia para contribuir com o projeto.

Emily Warren Roebling ainda se destaca por ter sido a primeira mulher a ser bem recebida e discursar publicamente, defendendo a permanência do marido como engenheiro-chefe da ponte, para a Sociedade Americana de Engenheiros Civis.

2. Nora Stanton

Primeira mulher aceita como membro da Sociedade Americana de Engenheiros Civis, tendo trabalhado, ainda, para a Companhia Americana de Pontes e para o Conselho de Abastecimento de Água de Nova York.

3. Patricia Galloway

Enquanto Nora Stantos se destaca por ter sido a primeira mulher aceita, Galloway ganha destaque por ser a primeira presidente da Sociedade Americana de Engenheiros Civis. Com diversos livros sobre engenharia escrito, Patrícia foi escolhida pelo presidente George W. Bush para estar entre os membros do US National Science Bord, entre outras conquistas.

4. Edwiges Maria Becker Hom’meil

Entre os destaques brasileiros na construção civil é essencial reconhecer o papel dessa grande mulher. Edwiges Maria Becker Hom’meil foi a primeira engenheira formada no país, tendo cursado a Escola Politécnica da UFRJ. A conquista de Edwiges abriu caminho na profissão para muitas outras mulheres.

5. Enedina Alves Marques

Enedina Alves Marques é outro grande nome nacional. Primeira engenheira do Paraná, formada pela UFPR no ano de 1945, ganha ainda mais destaque por ter sido a primeira mulher negra a se tornar engenheira no país.

6. Evelyna Bloem Souto

Evelyna foi a primeira aluna mulher do curso de engenharia civil da USP São Carlos. No entanto, sua história, mais do que mostrar conquistas, nos ensina muito sobre o preconceito que existia no setor.

A então estudante conseguiu uma bolsa de estudos em Paris, na França e, em visita com sua turma de faculdade a um túnel em construção foi obrigada a se vestir com roupas masculinas e desenhar barba e bigode no rosto. A entrada de mulheres não era aceita na construção, mesmo que a universidade abrisse espaço nas salas de aula.

7. Maria do Amparo Xavier

Maria do Amparo é reconhecida como a primeira mulher mestre de obras da Bahia. Sua inserção na construção civil foi lenta e gradativa, tendo começado varrendo canteiros de obra.

Xavier passou por todos os cargos: servente, carpinteira, pedreira e armadora, enfrentando muito preconceito por ser mulher durante todo seu percurso até o cargo de mestre de obra. Atualmente, ela defende a presença de mulheres e contribui com o setor nos cargos de secretária da Mulher da Força Sindical e no Sintepav/Bahia.

Lugar de mulher é no canteiro de obra

A construção civil ainda enfrenta muito preconceito no que diz respeito à presença de mulheres em canteiro de obras. No entanto, com a evolução das tecnologias e da mentalidade da sociedade, aos poucos a ideia de que só é possível trabalhar na área tendo força bruta começa a cair por terra.

Além disso, mulheres tem se apresentado cada vez mais qualificadas e se destacam em sua capacidade de coordenar e organizar atividades das construtoras.

Por esses e outros motivos, reconhecemos as importantes contribuições de mulheres para o setor e parabenizamos a todas, desejando que sejam cada vez mais respeitadas e aceitas pelo mercado.

Autor: WILSON PACHECO JR.
Fonte: blog.obraprimaweb.com.br