Construção civil: como orçar ou estimar corretamente o custo e preço de uma obra?

Neste artigo vamos resumir em algumas perguntas e respostas os principais itens relacionados ao assunto.

  • O que está envolvido no custo de uma obra ou de um projeto?

No custo de um projeto estão todas as despesas aplicadas diretamente na sua construção. Normalmente, podemos separá-las em diretas e indiretas. As despesas diretas e indiretas são os gastos com materiais de construção, com a mão de obra (direta e indireta), serviços próprios ou serviços de fornecedores, os chamados subcontratados, e o aluguel de equipamentos e maquinário.

Custos diretos: Os custos diretos são os custos relacionados com o projeto e a sua execução. Estão inseridos o custo dos materiais, mão de obra, rateio, etc.

Custos indiretos: Estão inseridas despesas administrativas, despesas com a equipe indireta que estará alocada no projeto, custos operacionais como canteiro de obras, instalações provisórias, topografia, vigilância, seguros e demais itens necessários a execução da obra mas que não permanecem na obra após o termino da mesma, além de taxa BDI e despesas tributárias.

  • O que é uma estimativa de custo de obra?

Um ponto de partida para um primeiro orçamento de um projeto é o que chamamos de estimativa. A estimativa é uma previsão de quanto deverá custar a obra. Essa “previsão” é feita com base em projetos anteriores (benchmarking próprio) realizados pela empresa, pelos concorrentes vencedores de outros processos (benchmarking de mercado), bem como com a atualização de modelos já orçados anteriormente, mas utilizando informações mais atuais com base nos custos reajustados pelos índices econômicos ou com dados informados por fornecedores.

As informações fornecidas pelo cliente também são pontos de partida importantíssimos para esta primeira estimativa. Quanto mais dados forem fornecidos pelo futuro cliente maior será a assertividade desta projeção. Normalmente a medida que o processo vai seguindo, estes dados vão se tornando mais palpáveis e a estimativa torna-se mais assertiva.

  • E o orçamento completo? Como é feito?

Um orçamento completo envolve tempo e disponibilidade de dados para ser assertivo. Quanto mais tempo dedicado e mais dados disponíveis, mais exatidão haverá no processo.

Um orçamento tem como ponto de partida o projeto do cliente (quanto mais detalhado melhor), a expertise da própria empresa (quanto mais projetos já tiver orçado/planejado e implementado maior seu banco de dados e sua experiência) e o conhecimento do mercado em que atua.

Todo orçamento necessita de um estudo financeiro e de prazo de execução que são as etapas que devem ser sempre bem analisadas e checadas pois, qualquer desvio significará ganhar ou perder com a execução do projeto.

Cada projeto tem um cronograma diferente que pode levar dias, semanas, meses e anos (no caso de grandes obras), por isso, variáveis econômicas também devem ser consideradas nos orçamentos. Possibilidade de aumento da inflação, mudanças nas taxas de juros e índices econômicos devem ser analisados.

O orçamento, do mesmo modo que a estimativa já descrita anteriormente, deve considerar as despesas diretas e indiretas. O custo total do projeto será sempre a soma dos custos diretos e indiretos, sendo que no processo de orçamentação cada item que compõe cada um dos custos descritos acima devem ser orçadas de forma detalhada, tornando o orçamento o mais próximo possível do que realmente ocorrerá na execução do projeto.

Devemos sempre lembrar que a produtividade é um dos fatores que mais interfere no custo final real da obra. Devemos sempre ficar atentos a este ponto pois, a produtividade pode ser um fator redutor de custos de mão de obra. No processo de orçamentação devemos ser realistas, mas na execução devemos sempre buscar ganhos de eficiência neste ponto, para isso é necessário durante a implementação do projeto realizar periodicamente uma análise de real x orçado dos cronogramas. Lembrando que sempre que houver desvio é hora de agir.

  • Pontos de atenção para não incorrer em erros de estimativas ou orçamentação:

Abaixo segue uma lista de principais erros que podem ocorrer em processos de projeção orçamentária

  1. Não fazer visita técnica;
  2. Desconhecer os critérios de medição;
  3. Ignorar a Convenção Coletiva de Trabalho;
  4. Não montar a própria composição de custos;
  5. Desconhecer FOB e CIF e seu impacto na questão;
  6. do frete e descarga;
  7. Não equalizar propostas em orçamentos de obras;
  8. Não fazer Curva ABC de Serviços;
  9. Não dimensionar o canteiro de obras corretamente;
  10. Aplicar errado o ISS;
  11. Aplicar errado o lucro e os imposto”.

(fonte: internet – extração de artigo de Liége)

  • Reengenharias de Valor/ Busca de oportunidades de redução de custos, alternativas de produção e execução…

A reengenharia de valor é um item adicional para os orçamentos seja na construção civil como em outros segmentos, seu conceito se dá através da busca de soluções alternativas objetivando maximização de valor, redução de custos ou de prazos. Havendo espaço e tempo hábil a reengenharia de valor será sempre um diferencial na análise versus os concorrentes de mercado.

Estes tópicos são os itens básicos quando os assuntos são: proposta financeira, estimativa de custos e orçamento de um novo projeto. Cada um deles merece certamente um texto detalhado a seu respeito. E certamente serão tópicos para a próximas publicações.

Texto escrito por: Monica Maculevicius Ferreira
Gerente de Engenharia, Projetos e Propostas
PMP desde 2009 – Credential #1260133
Abril. 2022